quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quando as coisas se invertem

Venho há mais de mês procurando emprego, sem sucesso e pelas mais diferentes razões para o insucesso. Desde a impossibilidade de trabalhar 40 horas semanais a não falar holandês até chegar finalmente à minha ingenuidade de dizer que tenho plano de ficar somente 1 ano por aqui. Sei que para essa última razão deveria sempre ter dito que quero ficar aqui para todo o sempre, etêrno.
Foram nas entrevistas de emprego na Holanda que percebi uma inversão de papeis na forma como a confiança acontece na Holanda e no Brasil. Normalmente, nas CNTP, no Brasil desconfiamos de tudo e de todos até que se prove o contrário. Na Holanda é o oposto disso. Porém, nas entrevistas de emprego acontece uma inversão de papeis nessa relação: os holandeses não se importam se tu tem referências, não se importam se tu tá dizendo que tem a experiência que eles tão lendo no teu cv e fazem questão de embarcar no delicioso mundo das tricky questions e de testes em que colocam seus candidatos em situações de pressão psicológica, fazendo perguntas técnicas de coisas que se aprende na faculdade mas que por algum motivo, talvez destino, não tenha visto nunca mais durante minha vida profissional. Além disso, a espontaneidade e outras qualidades que permitem um ser humano trabalhador ser único, são totalmente suprimidas aqui, temos de ter respostas para perguntas na ponta da língua, e planejadas do jeito que eles querem escutar. Eu não curto esse jogo, só a necessidade vai dizer se vou precisar entrar nesse joguinho sujo aí, hehe. Os holandeses não confiam nos entrevistados.

E no Brasil? Bom, preciso dizer como é?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A agitada vida noturna dos cisnes

Estava eu voltando de um pub na Rembrandtplein, quando percebi que estava na estação de metrô e que o último trem já havia saído 5 minutos antes de minha chegada à estação. "PQP, odeio os ônibus noturnos e vou ter que pegar, ainda por cima lá na Centraal Station", que é quase meia hora dali a pé, chovendo uma chuva gelada que o etanol naquelas alturas até que ajudava a percebê-la em menor intensidade.

No caminho à Centraal Station, ao passar pelo Red Light District (eu juro que fazia parte do caminho, mesmo! pelo menos do mais curto) percebi uma aglomeração de uma população um tanto quanto inesperada para o horário e, por que não, pro local.



Algum biológo pode me explicar o porque de os cisnes se concentrarem à noite no Red Light District? Durante o dia não se vê nem 1/5 dessa população nos canais. Detalhe, esse Theatre Casa Rosso, com o simpático elefante rosa é uma casa de sexo ao vivo, pelo visto muito popular entre os cisnes.

domingo, 5 de setembro de 2010

Uma tarde de domingo

Resolvi bater perna pela região central de Amsterdã, numa agradabilíssima tarde de domingo. Sem vento, sem chuva, só sol. Tive de aproveitar, sei que a coisa não melhora em termos de clima daqui pra frente.
Conheci parques e praças, circulei pela zona dos museus (Museumplein) e fui ao norte, no "fervo". Dei uma passada na Rembrandtplein. Tudo extremamente agradável. Músicos por tudo disputando a atenção (e os trocos) das pessoas do local. Músicos desde gaiteiros/sanfoneiros a violonistas flamencos.

No meio de tudo isso, numa das ruas com canais presenciei a seguinte cena: uma família (ou grupo de amigos) fazendo churrasco no meio da rua, ouvindo um som.

Nunca tive uma ideia dessas. Perfeito.

Foto (clicando nela será aberta outra aba do browser com a foto em tamanho maior):


Legal notar outros detalhes também, como guri sentado na janela do prédio, o som na janela do prédio cor de vinho, o Hempmuseum, cadeiras Philippe Starck usadas como se fossem cadeiras de boteco e, claro, bicicletas e o canal.